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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOSÉ MÁRIO RODRIGUES
( Pernambuco – Brasil )

 

O poeta um dos nomes da Geração de 65. 

Nascido em 23 de julho de 1947, na cidade de Flores, no Sertão do Pajeú, Pernambuco, José Mário Rodrigues é jornalista profissional em Recife. Publicou dez livros de poesia e escreve crônicas para o Jornal do Commercio e artigos para revistas especializadas.

A sua estreia na literatura foi com o livro Estação dos ventos, mas ele considera a seleção O sopro na ramagem o melhor deles, justamente por trazer a essência de cada um dos anteriores.

Biografia em: http://editora.cepe.com.br/

 

A SOLIDÃO E SEU CORPO

Toda solidão tem o seu corpo
às vezes apenas desejado
às vezes apenas na lembrança
de um tempo ido e que ficou marcado.

Toda solidão tem seu descanso
sem o desassossego de pensar


não repousa o corpo noutro corpo
mas tem o sono para flutuar.

Toda solidão é pesada e fria
e fica leve e se consome
e deixa cicatriz quando quer posse
e beija um corpo sem saber seu nome.

 

OS MENINOS

Os meninos dormem nas calçadas do
Recife.

Todos os dias
o roteiro é sempre o mesmo:

vão em bando para além das esquinas
arrancam os nossos excessos
aspiram o cheiro dos seus sonhos
dissipam a voracidade de sua fome.

E voltam a dormir nas calçadas do Recife.

 

LAMENTO

Lá se vai Maria da Penha
subindo aos céus num trem de nuvens.

Lá se foi Margarida Alves
pelas veredas dos canaviais
na dança desnorteada dos ventos.

Não lamento as respirações interrompidas
sobre as pedras.
A morte é limpa e afirmativa
e suas vidas tiveram sentido.
Lamento os que ficam
sem sentido algum
e inúteis, covardes e impassíveis,
esperam apodrecer em seus domínios.
 

 

OFERENDA
 

Essas flores não se enterrarão

com os mortos

nem secarão sob o sol

dos cemitérios vazios.

 

Essas flores vão além dos jarros

em que elas se amontoam

e exalam o perfume

que flutua na constelação

de tua convivência

de tua morada.

 

Essas flores são tua eternidade

momentânea;

a lembrança mais discreta.

 

São o teu alívio

das feridas dos desfiladeiros do mundo.

 

Mansamente recolhe-as

para um jardim imaginário

em que, todos os dias,

recomeças as andanças dos mistérios.

 

*

VEJA e LEIA outros poetas de PERNAMBUCO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/pernambuco.html

 

Página publicada em maio de 2022

 

 


 

 

 
 
 
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